Num mundo perfeito isento de erros e horrores não escrevo crítica social nem manifesto político, eu escrevo apenas beleza.

Quando eu escrevo eu busco você à espera do meu contorno, à procura do meu preenchimento; tudo o quanto eu tento.

O que havia sido escrito porém perdido volta à vida em mim, relido em voz alta pelos meus atos.

Eu escrevo corpo a corpo comigo mesmo; gloriosa orgia da carne.

Com literatura de integração eu domo toda e qualquer realidade.

Sintetizo com sintase, a literatura de integração a realidade a mais completa.

Os deuses me rejeitaram, mas eu me reivindiquei das próprias garras tentaculares do cataclisma, eu então os destruí e assumi o poder das escrituras.

Eu escrevo um caixão de gravetos, uma toca de terra; papiro para untar meus restos mortais.

Eu escrevo uma salva de saudade, um funeral de flores; epitáfio para demarcar onde a vida morre em paz.