Fogoso gozo fogo.

O amor me amordaça antes que eu possa dizer que não quero essa alegria fulminante. E não tendo dito as palavras capazes de negar o encantamento eu permaneço submisso sob o feitiço. Forçado a um prazer que em razão à sobriedade eu não me permitiria.

Escrevo por tantas as razões quanto as de porque vivo, as invento o tempo todo só para me deliciar.

O que faço eu faço por prazer, não mania; ou assim espero.

Como agir sem pressupor? Sem arriscar um experimento à queima-roupa? Pra que viver sem expectativas? Sem a esperança de um prazer desinibido? Aspiro inspirações, inspiro aspirações e vivo elucidações líricas até expirar de vez o sopro de vida para longe, longe do meu peito. Quem sabe até tuas mãos.

Não aposte sua felicidade por um prazer; eu nunca fiz, nunca fiz e mesmo assim jazo aqui, sóbria e triste.

O meu desejo tempera a matéria bruta com o mais delicado prazer.

Ao invés de estar com a razão eu quero estar com o prazer, mas apenas o primeiro potencializa o segundo.

– Eu te amo.– Meus pêsames.– Me sofra.– Com todo prazer.