Uma lágrima ousou escorrer por entre uma das rugas, vales erodidos pela roda dentada do tempo que tem talhado minha face desde idade tenra.

A anos estou resvalando neste labirinto de corpos nus sem o morno do teu amor pro meu peito sossegar.

O tempo se desprende de mim a pirulitar pelos ares de um vento que muito bem podia me esfarelar de vez também.

Viver, o único perdão que a vida concede à vida consome o meu tempo inteiro.

Não ofereça bondades que você não pode prover por falta de habilidade específica, motivação e/ou tempo livre.

Durante tanto tempo adormecido, me acumulando no fundo do rio, neste leito de morte eu desperto do torpor.

De um passado sombrio a um futuro brilhante eu desembrulho um presente misterioso.

Falo que eu, quando exposto a ti, absorvo teus olhares e sorrio por muito tempo durante a solidão.

Os amanhãs eu vivo hoje, agora, já. Quanto ao passado? Implora para que eu o imortalize.