Na literatura da Antiguidade, a autoridade da profunda voz masculina, por contraste com a feminina, é constantemente realçada. Tal como um tratado científico da Antiguidade afirma de modo explícito, uma voz grave indica coragem viril, uma voz aguda e feminina, cobardia.

(...) se quisermos fazer um verdadeiro progresso (...), temos de retroceder a alguns dos primeiros princípios acerca da natureza da autoridade verbal, acerca do que a constitui e de como aprendemos a ouvir a autoridade quando o fazemos. E em vez de empurrar as mulheres para as aulas de dicção para ficarem com um tom agradável, profundo (...), devíamos pensar mais acerca das clivagens e das fraturas que subjazem nos diálogos dominantemente masculinos?

Existe, à primeira vista, uma série de personagens femininas poderosas no repertório da mitologia grega. (...) Mas o drama ateniense, (...), ofereceram às nossas imaginações uma série de mulheres inesquecíveis: Medeia, Clitemnestra e Antígona entre muitas outras. Contudo, não são modelos - longe disso. Na sua maioria, são retratadas como agressoras em vez de utilizadoras do poder. Tomam-no ilegitimamente, de um modo que conduz ao caos, à fratura do Estado, à morte e à destruição.

A verdade pura e dura é que as amazonas eram um mito grego masculino. (..) A ideia subjacente era que o dever dos homens consistia em salvar a civilização do domínio das mulheres.

Temos de pensar melhor acerca do que é o poder, para que serve e como é medido. Por outras palavras, se as mulheres não são encaradas como estando completamente dentro das estruturas de poder, decerto é o poder que tem de ser redefinido e não as mulheres?

Nuestro modelo cultural y mental de persona poderosa sigue siendo irrevocablemente masculino