157 Quotes About Poesia-portuguesa

XIVRecordo o jovem que não regressouP´lo seu império querer dilatar…O ferro, fogo, desgraça, seu sonho legou,Sendo mui nobre aquela morte a lutar!Tamanha bravura e glória jamais deixou,Em tantos séculos de ao mundo mostrar,Quão este povo de heróis, ano após anoBem alto elevaria o peito ilustre lusitano!

XVFoi na campina de Alcácer-Quibir…Perante o incrédulo olhar de MarteQue o moço seu sonho viu ruirSem saber usar tanta força e arte!Quã vitória estava ali, sem fugir…,“ Ter! Ter! ”, soava por toda a parte,Girando o sonho em desventuraCavando aos nossos nobre sepultura.

XVIGeneroso, altivo, de belo porte…Revelando decisão, que põe em uso,Quis o destino que sua honrosa morteAcabasse por dar ao vizinho intruso,O caminho desta Pátria sem norteEntregando-lhe o nobre povo luso!Deuses irados castigavam ambiçãoFerindo nossa sublime geração.

XVIIEnquanto temor sobe, sua e atiçaO povo clama p´lo seu desejado…Vago trono é motivo de cobiça,Mui impostor quer seu reinado…Encobrindo a verdade à justiça,De seu nome, p´lo mundo ignorado!...Foram muitos, tantos aventureiros,Nada que os tornasse verdadeiros!

XVIIILonga, majestosa crise é forçada…E tanta hesitação, tanta confusão!Com os ventos da morte, condenada,Esta terra é terramoto de invasão.Mas como a fortuna nos é dada,P´lo sofrimento mais que p´la razãoQuem derrama amarga fama irosaÀs novas gentes mais torna honrosa.

XIXOs sessenta anos de amarguraRecorda nossa pátria subjugada…Cardeal não soube evitar ruptura,A nobreza de valentia mui calada!Do Alentejo grande bravura,Seria de imediato neutralizadaMas em mil seiscentos e quarentaOutro valor mais alto se alevanta!

XXComo outrora se alevantara,Contra a fama e as vitóriasQue a musa antiga cantara!...O gigante chama a si as memóriasCujos feitos ao Mundo espantara,Por suas longas tormentas e glórias!Gigante que outro gigante vencera…No tormentório em que tanto sofrera!

XXIDerramando durante tantos anosO sangue, a alma; tanto sofreram…Anos de traição e grandes danosA que o Prior e outros se opuseram.No fim, de Sebastião e seus planos…Tudo morreu. Não mais se lembraram!Era tal a mudança e a situação…O ânimo volta a inflamar o coração!...

XXIIUma nova dinastia se inicia…P´la sucessão não ser cuidada.Tantos valores, e razão se perdia,Na mão da astúcia demonstrada!O vento trazia a falsa acalmia…Perante a ruína ora declarada!O desastre… o Céu nos concederaPorque nossa honra não conhecera!