7 Quotes by Joaquim Mestre

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    Olharam-se nos olhos, como se estivessem nus, um frente ao outro. Despidos e frágeis, como se está sempre diante da possibilidade do amor. Em frente da certeza de que o amor começa a morrer no preciso instante em que dizemos, amo-te. O amor é apenas esse momento.

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    A morte tem que estar tapada, pois só assim a podemos olhar, tapada com muita terra para a esquecermos e voltarmos a acreditar que ela não existe. É preciso esquecê-la, tapá-la com terra, pazadas de terra, ou então com a vida. Sim, a vida. A vida é que nos faz esquecer a morte.

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    Ela aproveitou para se aproximar, silenciosa, como se caminhasse no sonho daquela tarde, com se tivesse medo de fazer um ruído e que a sua visão desaparecesse, como quando estamos a sonhar e não queremos acordar, queremos estar naquela felicidade sonâmbula, naquele tempo sem palavras, mas onde as imagens estão dentro de nós, e nós vemo-las. Ou sentimo-las?

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    A vergonha deve ser a principal razão para um homem enlouquecer. A vergonha entra dentro de nós, vive dentro de nós e aparece nos olhos. É aí que se vê a vergonha, a revolver no mais fundo até vir à superfície e nos afogar.

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    José Cortinhal foi sempre um homem muito calado, só falava quando a isso era obrigado e parecia que as palavras que conhecia eram tão poucas que estava sempre com medo que elas se acabassem. Dizia uma palavra e deixava o silêncio tomar conta dela até a asfixiar, e só depois dizia outra. O silêncio parecia também servir para falar.

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    A perda quando é grande secas as pessoas, seca-as por dentro, como um lume.

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    Os últimos fregueses já saíram e apenas um bêbedo insiste em beber mais um copo. Aquela insistência irritante dos bêbedos. A sua voz entaramelada ouve-se de forma sincopada, como se lhe faltassem as palavras ou também elas estivessem embriagadas e saíssem aos trambolhões, encavalitadas umas nas outras por quererem sair todas ao mesmo tempo.

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