7 Quotes by José Carlos Pereira

A criatividade é a “matéria-prima” dos produtos culturais que hoje consumimos, ou seja, o vestuário que usamos ou a habitação onde vivemos tendem a ser escolhidos segundo determinados padrões estéticos a que estão associados, e não tanto pela sua exclusiva e real “utilidade”, isto é, pelas suas características técnicas ou meramente funcionais.

Em todos os níveis de escolaridade, os programas de ensino artístico (público, particular e cooperativo) devem ser incentivados na sua articulação com as diversas áreas curriculares, sendo de reforçar, desde cedo, a aprendizagem do desenho, da música e da filosofia, como modos sólidos de estimular a sensibilidade, a expressão e o pensamento, num mundo que se reclama cada vez mais do conhecimento crítico, da cidadania e da multiculturalidade.

Nascido na década de 1990, o conceito de indústria criativa vem complexificar a própria noção de cultura e concilia três vertentes: a criatividade, enquanto capacidade de criação de novos produtos, o comércio e a tecnologia.

A dimensão económica da obra de arte, na qual avulta o seu estatuto enquanto mercadoria, implica um processo análogo a qualquer outro produto, a saber, uma cadeia que implica a produção, a distribuição e o consumo.

Com cerca de quarenta bienais realizadas em todo o mundo, a prática crítica tem de ceder o lugar a uma indústria que é agora a indústria da curadoria. Na verdade, e com algumas exceções, o curador apresenta-se sobretudo como um gestor, sendo forçado a abandonar o território da crítica, mercê da agenda de compromissos para fornecer a indústria do consumo artístico, não tendo sequer tempo para meditar sobre as obras, e a partir delas produzir conceitos com profundidade e fundamentação.

Dada a volatilidade do mercado da arte contemporânea, as motivações estritamente comerciais da aquisição de uma obra de arte polarizam-se entre a reserva de valor (a longo prazo), o investimento (a médio prazo) e a especulação (a curto prazo).

Há mesmo determinações maioritariamente mercantilistas do valor de uma obra de arte, que se relacionam com a disponibilidade dos ativos de conhecidos colecionadores, isto é, o preço é fixado em função da expetativa que a galeria tem em relação ao potencial interesse e à disponibilidade financeira dos colecionadores que tem em carteira, ou que sabe que poderão estar interessados na compra da obra.